Ao cabo de diversas tentativas de revisão do PDDUA, desde o início da primeira década do Século XXI, as comunidades representantes da sociedade civil organizada têm dedicado desmedidos esforços para defender o modelo de cidade sustentável, como garantia irrevogável da qualidade de vida para presente e futuras gerações Porto Alegrenses.
Infelizmente, a par dos esforços legítimos de representação da cidadania, um conjunto de forças institucionais e políticas que representa tão somente o interesse dos grupos econômicos ligados a construção civil pregam o modelo de cidade insustentável, sem qualquer compromisso com a qualidade de vida da cidade, seu presente e futuro. Desde audiências públicas descaradamente manipuladas por meio de caravanas com centenas de pessoas humildes, sem a menor noção de servirem como massa de manobra na defesa dos interesses da construção civil, em troca de lanches e contribuição financeira, largamente registrada pela mídia e denunciada ao Ministério Público Estadual, esse poder econômico pauta a revisão do PDDUA. Com pesado lobby corporativo junto ao Poder Público, coopta uma maioria de políticos comprometida com seus financiamentos de campanha para impedir a revisão ética e isonômica do PDDUA de Porto Alegre.
Entidades que compõem o Fórum Municipal, órgão constituído pela própria Câmara de Vereadores para a participação na revisão, viram ser rejeitadas suas emendas mais importantes, incidentes no conceito decidade sustentável, frustrando em grande medida as suas expectativas.
E o resultado é uma revisão do PDDUA comprometida pelo conjunto de forças dos grupos econômicos ligados a construção civil, onde triunfa o modelo anacrônico de cidade preso ao século passado, que nega o desenvolvimento sustentável, que prega a verticalização e densificação desmesuradas e desrespeita as áreas de interesse cultural, ambiental esocial de Porto Alegre.
Somos organizações comunitárias que acompanham a revisão do PlanoDiretor da cidade e recusamos veementemente esse jogo político que revela a pior face dos poderes representativos responsáveis pela gestão pública. As comunidades aqui representadas refutam mais esse engodo democrático e rejeitam a agressão anunciada de Porto Alegre, pela força do empreendedorismo imobiliário inconsequente na revisão do nosso PDDUA.
Neste sentido, convocamos a sociedade porto alegrense à fiscalização cidadã do seu vereador eleito, com presença nas sessões de discussão da Câmara, dialogando com aqueles que possuem a delegação da sua representação.
Sim ao PDDUA da cidadania! Não ao PDDUA da especulação!
Porto Alegre, 18 de novembro de 2009
Representantes de Associações de Moradores e Movimentos Comunitários de Porto Alegre:
Paulo Guarnieri - Associação de Moradores do Centro
Ana Lúcia D´Angello - Associação dos Moradores e Amigos da Independência
Raul Agostini - Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Moinhos de Vento
João Volino Corrêa - Associação de Moradores e Amigos da Auxiliadora
Maria Lúcia Cardon - Associação dos Moradores da Bela Vista
Ernani Thum Filho - Associação dos Moradores de Higienópolis
Roberto Oliveira - Associação dos Moradores da Vila São Judas Tadeu
Alzira Dornelles Ban - Associação de Amigos e Moradores do Bairro Menino Deus
Astélio José Bloise dos Santos - Associação dos Moradores do Bairro Ipanema
Angela Pellin - Centro Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda Vilas Conceição e Assunção
Anadir Alba - Centro Comunitário e Educacional da Tristeza
Conceição Beltrano - Movimento Menino Deus Vive
Janete Vicari Barbosa - Movimento Petrópolis Vive
Philip de Lancy White - Movimento Cidade Baixa Vive
Eduino Mattos - ONG Solidariedade
Cesar Cardia - Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho
Jussara Marques - Movimento em Defesa da Orla do Rio Guaíba
Eduardo Finardi Rodrigues - AGAPAN
Vicente Medaglia - INGÁ Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais
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